Evonik destaca nutrição de precisão como estratégia para melhor rentabilidade na avicultura
Uma fonte de metionina 100% disponível contribui para atender requerimentos nutricionais das aves em metionina e cisteína, destaca Victor Naranjo, da Evonik, neste artigo.
Melhorar a eficiência produtiva, o desempenho no campo e otimizar custos fazem parte do desafio do dia a dia da avicultura. E isso acontece mesmo em cenários de custos mais baixos dos grãos porque a atividade trabalha com margens sempre apertadas e a nutrição representa cerca de 70% dos custos de produção. Nesse cenário, uma estratégia que vem se mostrando eficiente é o conceito de nutrição de precisão.
Redução de perdas de nutrientes, maior saúde das aves e eficiência da produção com menor impacto ambiental são alguns dos benefícios desse conceito já amplamente discutido em nossa cadeia e que consiste em estudar os requerimentos nutricionais precisos dos animais e fornecê-los de maneira a evitar quantidades subestimadas ou superestimadas. Se empresas de nutrição e até a agroindústria trabalham com esse conceito há décadas por que ainda falamos de precisão na avicultura?
O desafio de ser preciso na dieta das aves está no fato de que cada propriedade tem sua realidade de produção, com características próprias e necessidades de mercado especificas, o que torna desafiador chegar em um número exato das exigências de cada plantel, já que é um processo dinâmico. Outro ponto que devemos considerar é a evolução genética contínua das aves e, na medida em que ela ocorre, esses novos animais têm novas exigências e cabe à nutrição acompanhar esses avanços com novos requerimentos.
As perdas que ocorrem durante o processo de produção da ração, o armazenamento de ingredientes e até variações nutricionais dos ingredientes também são entraves para atingir a precisão da dieta. Isso tudo exige atualizações constantes e desenvolvimento contínuo de pesquisas e investimentos robustos em ciência para entender as características dos animais e dos ingredientes.
Uma produção mais rentável exige precisão na dieta em função do impacto econômico que ela tem sobre o negócio e porque, em nosso mercado, cada centavo faz diferença no final do dia. Uma nutrição precisa se traduz em maior eficiência e uso de nitrogênio, além de maior retenção de nutrientes de uma forma geral, levando a um menor impacto ambiental da atividade. E, para isso, precisamos da ciência. É ela que vai nos tornar mais sustentáveis e contribuir para atendermos à demanda mundial por proteína animal.
Estudos conduzidos no Brasil e no exterior mostram que é possível formular uma dieta considerando exatamente a quantidade necessária de cada ingrediente, evitando, assim, desperdícios ou até mesmo perda de desempenho no campo por algum nutriente subestimado. Nessa linha, precisamos falar da formulação com metionina, que é o primeiro aminoácido limitante em dietas para as aves. Se 70% desse requerimento vem da soja e do milho, os outros 30% devem vir de fonte suplementar.
Uma maneira de otimizar a fonte de metionina é através da biodisponibilidade, que contribui para atender a essa exigência de forma mais econômica. Para isso, é necessário estar atualizado com relação aos requerimentos das aves e entender as condições atuais de produção, de mercado, dos custos da dieta para atingir maior eficiência alimentar e melhor conversão alimentar. Assim, precisamos estar atentos aos requerimentos primeiro, depois aos ingredientes e à biodisponibilidade.
A DL-METIONINA
Uma série de estudos realizados em diversos países mostra que, entre as fontes disponíveis de metionina, a DL-metionina é 100% disponível para cobrir os requerimentos de metionina e de cisteína, o que é especialmente importante. Aves em desafios terão uma necessidade maior de cisteína e antioxidantes e, nesse caso, essa fonte de metionina já atende a essa necessidade.
Outro benefício da cisteína é que ela contribui para um bom empenamento das aves. Considerando que a pena protege a pele do animal, ela ainda contribui para a redução de perdas por lesões de pele. Quando trabalhamos com bioeficácia, a DL-metionina nos permite saber com precisão o requerimento de metionina e cisteína porque estudos comprovam que ela é 100% disponível.
OS DESAFIOS
Uma ferramenta que contribui com a precisão na formulação é a análise da qualidade nutricional de rações e matérias-primas. Saber a variabilidade de matéria-prima de cada fornecedor e a volatilidade de preços traz benefícios para o nutricionista. Da mesma maneira, a qualidade de mistura na fábrica de ração é importante para estimar se houver perdas nesse processo.
Assim, podemos dizer que os desafios de uma zootecnia de precisão vão muito além da formulação; eles passam pelas constantes evoluções da genética, das tecnologias na fábrica de ração, pela análise dos ingredientes e informação, já que os estudos são alterados constantemente. Em nosso segmento, as mudanças ocorrem o tempo todo. E sem parar.
O eterno desafio de custos do produtor de aves passa para o nutricionista, que precisa levar a máxima rentabilidade através de uma dieta com melhor desempenho. Esse ciclo é muito dinâmico porque é impactado pela variabilidade de preços das matérias-primas e do frango. Então, optar por uma fonte de metionina 100% disponível contribui com redução de perdas, aumento da eficiência desse aminoácido e também a cobrir de forma precisa os requerimentos dinâmicos de aminoácidos.
E ser eficiente nessa fonte de aminoácido é especialmente importante se considerarmos que a metionina representa entre 2% e 4% do custo da formulação e é o primeiro aminoácido limitante, mas tem um alto impacto no nível de desempenho e saúde das aves. Cobrir esse requerimento de forma precisa permite otimizar os custos de produção.
Se a nutrição das aves é tema que tira o sono de produtores e nutricionistas pelos seus impactos nos negócios, adotar uma estratégia de nutrição de precisão em aminoácidos, especialmente falando da metionina, contribui com uma boa caracterização dos níveis de aminoácidos, e a adoção de fonte 100% disponível é um caminho na direção de uma dieta precisa e eficiente para o seu plantel.
(Foto do destaque: @tawatchai07/freepik)
(Foto do autor: divulgação Evonik)
VICTOR NARANJO Autor
Engenheiro agrônomo, mestre e doutor em nutrição de monogástricos pela Louisiana State University (EUA) e diretor de Serviços Técnicos da Evonik nas Américas.
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